sexta-feira, 27 de maio de 2011

Lição 09 - A Pureza do Movimento Pentecostal

Extraído do Livro “PENTECOSTE: O fogo que não se apaga”, de Hernandes Dias Lopes (Candeia)


Porque fogo estranho tem substituído o fogo do Espírito

Há hoje muita heresia no mercado da fé. As prateleiras religiosas estão abarrotadas de muitos produtos belamente embalados para atrair os gostos variados da freguesia. Há muita religiosidade que, embora pareça atraente e convincente, não passa de fogo estranho no altar de Deus. O fogo estranho é aquele que não vem do céu, é fabricado pelo homem. Não vem como resposta e favor de Deus, mas é produzido artificialmente pelo homem para impressionar, como se tivesse o selo divino. O fogo estranho é aquele criado fora dos princípios das Escrituras. Ele é muito parecido com o fogo verdadeiro. Ele impressiona as pessoas. Ele atrai muitos curiosos.

Nunca na história houve uma explosão tão grande de fogo estranho como no tempo em que vivemos. A humanidade está ávida por novidades. Tudo o que oferece resposta imediata à sua necessidade, o homem está buscando. Caímos na malha de um pragmatismo demoníaco. As pessoas hoje não estão interessadas na verdade, mas naquilo que funciona. Elas não buscam o que é certo, mas o que dá certo. Não se interessam pela integridade, mas por resultados. Não buscam caráter, mas carisma. Não querem santidade, mas sinais. Não são atraídas pela cruz, mas por milagres. Não buscam negar-se a si mesmas e cada dia tomar a cruz e seguir Jesus, mas correm atrás de um falso anestésico que lhes acalme a dor do agora. Não buscam com agonia de alma o arrependimento, mas o conforto. Não se interessam em mudar de vida, estão atrás de lucro. Não buscam a cidade cujo arquiteto e fundador é Deus, querem impérios neste mundo mesmo. Não se importam com o fogo do inferno, desde que consigam apagar as chamas do sofrimento que lhes incomoda agora.

Estamos vendo, com tristeza e pesar, muitas pessoas dando ao povo um caldo venenoso em vez do verdadeiro cereal do céu. Há morte na panela. Há fogo estranho no altar. Muitos são atraídos por toda a sorte de novidades que aparecem em nome de fogo divino. Alguns líderes religiosos se tornaram verdadeiros mágicos na fabricação de fogo fátuo. Conseguem fazer verdadeiros malabarismos pirotécnicos para impressionar os incautos, guiando as pessoas cegas pelas veredas escorregadias de uma subjetividade enganadora, sem o referencial seguro das Escrituras. Outros líderes negociam milagres, voltando à prática medieval das indulgências, em que a salvação se comprava com dinheiro. Há líderes que se especializam em apelos sentimentalistas, fazendo promessas enganadoras ao povo em nome de Deus, para arrancar polpudas somas de dinheiro, para engordar os cofres famintos de uma casta inescrupulosa. Existem muitos mercenários travestidos de pastores, empoleirados no púlpito, com a Bíblia aberta, blasonando uma verborragia sedutora, pregando outro evangelho, fazendo milagres, expulsando demônios, profetizando, mas ao mesmo tempo vivendo na iniqüidade, dominados por uma ganância insaciável, acendendo fogo estranho no altar. Há igrejas chamadas evangélicas que estão criando um verdadeiro sincretismo religioso, trazendo à tona um evangelho mágico, imiscuído com práticas pagas, encorajando os fiéis a colocar um copo de água sobre o rádio, a comprar rosas ungidas, lenços santificados, óleo de Israel e água benta do Jordão. Tudo isso não passa de outro evangelho, um anti-Evangelho, fogo estranho no altar.

Mas o que devemos fazer diante desta triste constatação?

Apenas lamentar? Apenas lançar torpedos de condenação a essas práticas condenáveis? Apenas alertar o povo sobre os perigos dos falsos mestres? Muito mais que isso, precisamos buscar o fogo verdadeiro. Fogo combate fogo. A melhor maneira de cercar o fogo é com fogo. Só o fogo autêntico pode apagar o fogo falso. Só o fogo do céu pode fazer morrer as chamas do fogo estranho. Deus sempre se manifestou através do fogo. Quando Deus apareceu a Moisés no Sinai, revelou-se através do fogo. No Monte Carmelo, Deus destronou a credibilidade do abominável Baal, mandando fogo do céu. Quando Salomão consagrou o templo, o fogo de Deus invadiu o santuário. No Pentecoste, o Espírito desceu sobre os discípulos em chamas como de fogo. Deus é fogo consumidor. O trono de Deus é fogo. A Palavra de Deus é fogo. Ele faz dos seus ministros labaredas de fogo. Jesus batiza com fogo. Sempre foi desejo de Jesus lançar fogo sobre a terra: "Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder" (Lc 12.49).

Quando a igreja perde o fogo do Espírito, o mundo perece no fogo do inferno. O Espírito Santo é poder. O Espírito Santo traz poder. Poder é dinamis. E dinamite só explode com fogo. Quando a dinamite explode, até pedra se quebra. O fogo de Deus lança luz sobre as trevas. O fogo de Deus aquece os que estão frios. O fogo de Deus queima o entulho do pecado e purifica aqueles que armazenam lixo no porão da memória e no sacrário da alma. O fogo de Deus não pode ser contido; ele alastra, salta obstáculos, desconhece dificuldades. O fogo de Deus não pode deixar de ser percebido. Onde ele está, as pessoas notam. O fogo de Deus atrai.

Onde suas labaredas se levantam, é para lá que as pessoas correm. O fogo de Deus não pode ser fabricado nem produzido artificialmente. E resultado de uma vida no altar, de uma busca sincera, de uma consagração verdadeira, de uma entrega sem reservas de almas que suspiram pelo Altíssimo. Precisamos de um Pentecoste que apague o fogo estranho e acenda verdadeiras labaredas do Espírito nos corações. Oh, o grande soluço de minha alma, o grande grito do meu coração, é que eu possa ser um graveto seco a pegar fogo, pois estou certo de que, se o fogo pegar na lenha seca, até a lenha verde começará a arder!

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