A Estrada de Damasco
Extraído do Livro "O Apóstolo", de JOHN POLLOCK (Editora Vida)
O último dia da viagem deixava para trás o Hermom, cujos cumes, ainda sob a neve, erguiam-se acima dos montes marrons recobertos de flores brancas. Mas a montanha já não parecia particularmente alta porque eles estavam perto demais para ver o pico, e o planalto de Damasco encontra-se a uma altitude de mais de 600 metros.
À frente deles, ao pé de um monte desnudo e escarpado, estava o verde do oásis. Eles, porém, além de não perceberem, por causa da distância, o rio, os edifícios e as árvores — oliveiras, vinhedos, figueiras e amendoeiras em flor — estavam encorajados a prosseguir adiante até ao fim da jornada, em vez de pararem, como em outras ocasiões, antes do meio-dia. O meio--dia primaveril não causaria insolação. Paulo e seu grupo continuaram a caminhar. Um homem, na retaguarda, conduzia os burros ligados por uma corda. A estrada estava vazia. De vez em quando avistavam ovelhas ou bodes apascentados por um menino a brandir o estilingue, ou enxergavam um pedaço de terra onde, atrás do arado, um homem guiava o seu boi com uma longa vara com ponta de ferro.
O céu estava claro e azul. A memória de Paulo enfatiza que não havia nem tempestade nem vento forte, como sugerem os que buscam uma explicação natural para o acontecimento.