Êxodo 20.22-23.33
extraído do Comentário Bíblico Matthew Henry
CAPÍTULO 20
Versículos 22-26
Tendo entrado na densa escuridão, Deus falou a Moisés de todo
o que se segue daqui até o final do capítulo 23, e é, em sua maior parte,
unicamente exposição dos Dez Mandamentos. As leis destes versículos se
relacionam com a adoração de Deus. os israelitas recebem a certeza da bondosa
aceitação de suas devoções por parte de Deus. sob o evangelho, os homens são
convidados a que orem em todo lugar, e onde quer que o povo de Deus se reúna em
seu nome para adorá-lo, Ele está no meio deles; ali Ele estará com eles e os
abençoará.
CAPÍTULO 21
• Versículos 1-11 Leis sobre os servos
• Versículos 12-21 Leis judiciais
• Versículos 22-36 Leis judiciais
Versículos 1-11
As leis deste capítulo se relacionam com os mandamentos
quinto e sexto e, embora difiram de nossa época e costume, e não sejam
obrigatórios para nós, explicam, contudo, a lei moral e as regras da justiça
natural.
O escravo, em seu estado de servidão, era um símbolo do
estado de escravidão ao pecado, a Satanás e à lei, estado ao que o homem
ingressa por roubar a glória de Deus, por transgredir seus preceitos.
Igualmente receber a liberdade era símbolo da liberdade com a qual Cristo, o
Filho de Deus, liberta seu povo da escravidão, que é verdadeiramente livre;
isto o fez gratuitamente, sem dinheiro e sem preço, por pura graça.
Versículos 12-21
Deus, que por sua providência dá e conserva a vida, por sua
lei a protege. Um homicida intencionado deve ser eliminado, embora se aferre às
pontas do altar de Deus. Apesar disso, Deus proveu cidades de refúgio para
proteção dos que tivessem a desgraça de causar a morte de outro, sem que fosse
sua culpa; como quando por acidente, o homem realiza um ato legítimo, sem a
intenção de ferir, e mata a outro.
Que as crianças escutem a sentença da Palavra de Deus para
com o ingrato e desobediente; e que lembrem que Deus certamente lhes dará sua
retribuição se tiverem amaldiçoado a seus pais, embora tenha sido em silêncio,
ou se tiverem levantado a mão contra eles, salvo que se arrependam e fujam a
buscar refúgio em seu Salvador. Que os pais aprendam daqui a serem muito cuidadosos
na formação de seus filhos, dando-lhes um bom exemplo, especialmente no
controle de suas paixões, e ao orar por eles, tendo cuidado de não provocá-los
a ira.
Às vezes os israelitas se vendiam eles mesmos ou seus filhos,
devido à pobreza; os magistrados vendiam a algumas pessoas por seus delitos e
os credores tinham permissão, em alguns casos, para vender seus devedores que
não podiam pagar. Mas "seqüestrar um homem" com o objeto de forçá-lo
à escravidão, é algo que o Novo Testamento cataloga junto com os delitos mais
graves.
Aqui se cuida que se dê satisfação pelo dano feito a uma
pessoa, mas não com seguimento de morte. O evangelho ensina aos amos a terem
paciência e a moderar suas ameaças (Ef 6.9), refletindo com Jó: "Que faria
eu quando Deus se levantar?" (Jó 31.13-14).
Versículos 22-36
Os casos aqui mencionados dão regras de justiça vigentes,
então e agora, para decidir assuntos similares. Estas leis nos ensinam que
devemos ser muito cuidadosos de não fazermos mal algum, seja direta ou indiretamente.
Se fizermos mal, devemos estar muito dispostos a remediá-lo, e estar desejosos
de que ninguém perca por nossa culpa.
CAPÍTULO 22
Leis judiciais
O Povo de Deus sempre estará pronto para mostrar mansidão e
misericórdia, conforme com o espírito destas leis. Devemos responder a Deus não
só pelo que fazemos maliciosamente, senão pelo que fazemos despreocupadamente.
Portanto, quando tivermos prejudicado a nosso próximo, devemos fazer
restituição, embora não sejamos obrigados pela lei. Que estas escrituras
dirijam nossa alma para lembrar que se a graça de Deus se tem manifestado em
verdade a nós, então nos tem ensinado e capacitado para conduzir-nos de modo
tal por seu santo poder que, renunciando à impiedade e aos desejos mundanos,
vivamos neste século sóbria, justa e piedosamente (Tt 2.12). e a graça de Deus
nos ensina que como o Senhor é a nossa porção, há suficiente nEle para
satisfazer todos os desejos de nossa alma.
CAPÍTULO 23
• Versículos 1-9 Leis contra a falsidade e a
injustiça
• Versículos 10-19 O ano de repouso – O repouso – As
três festas
• Versículos 20-33 Deus promete conduzir os israelitas
a Canaã
Versículos 1-9
Na lei de Moisés há marcas muito claras de um sentir moral
sólido e de uma verdadeira sabedoria política. Nela cada coisa é adequada para
o objetivo desejado e confessado: a adoração de um só Deus e a separação de
Israel do mundo pagão. Nenhuma das partes, amizades, testemunhas nem opiniões
comuns devem mover-nos a minimizar as faltas graves, ou a agravar as pequenas,
a escusar os ofensores, a acusar o inocente nem a tergiversar nada.
Versículos 10-19
A terra devia repousar a cada sete anos. Não devia ser arada
nem semeada; devia comer-se o que a terra produzisse de si mesma, sem
trabalhá-la. Esta lei parece ter a intenção de ensinar a dependência da
Providência, e a fidelidade de Deus ao enviar maior provisão quando se guardam
suas indicações. Também era um tipo do repouso celestial, quando cessem para
sempre todos os sofrimentos, preocupações e interesses terrenos.
Proíbe-se estritamente todo respeito pelos deuses dos pagãos.
Já que a idolatria era um pecado ao qual se inclinavam os israelitas, eles
deviam eliminar toda lembrança dos deuses dos pagãos.
É pedida de forma estrita a presença enérgica solene ante
Deus, no lugar que Ele escolher. Devem reunir-se na presença do Senhor. Que bom
Amo ao qual servimos, que tem feito um dever que nos regozijemos em sua
presença! Dediquemos com prazer ao serviço de Deus essa parte de nosso tempo
que Ele nos pede, e contemos seus descansos e ordenanças como festas para a
nossa alma. Não deviam apresentar-se com as mãos vazias; nossa alma deve
encher-se com santos desejos e consagração a Ele, porque de tais sacrifícios se
agrada Deus.
Versículos 20-33
Aqui se promete que eles serão guiados e resguardados em seu
caminho pelo deserto à terra prometida. Eis aqui que eu envio meu Anjo diante
de ti. O preceito unido com esta promessa é que sejam obedientes a este anjo
que Deus envia diante deles. Cristo é o Anjo de Jeová; isto nos ensina
claramente são Paulo (1 Co 10.9).
Devem ter um assentamento cômodo na terra de Canaã. Quão razoáveis são as
condições desta promessa: que servam ao único Deus verdadeiro, não aos deuses
das nações, que de modo nenhum são deuses. Quão ricos são os detalhes desta
promessa! O consolo de seu alimento, a continuidade de sua saúde, o aumento de
sua riqueza, a prolongação de suas vidas até uma idade avançada. Assim a
piedade tem promessa desta vida presente. Se promete que eles subjugarão a seus
inimigos. Nuvens de vespas abriram caminho às hostes de Israel; Deus pode usar
ínfimas criaturas para castigar os inimigos de seu povo. com verdadeira bondade
para a igreja, os inimigos são vencidos aos poucos; assim nos mantemos em
guarda e em contínua dependência de Deus. As corrupções saem do coração do povo
de Deus não de uma vez para sempre, senão aos poucos. O preceito desta promessa
é que não devem ter amizade com os idólatras. Os que se mantêm fora dos
caminhos perigosos devem evitar as más companhias. Perigoso é viver num bairro
mau; os pecados dos vizinhos podem ser laço para nós. O perigo maior vem
daqueles que nos fariam pecar contra Deus.
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